Aumento de ataques para tirar sites do ar confirma despreparo do Brasil
Esse tipo de estatística é preocupante, porque o vírus Mirai não é nada sofisticado. Muito pelo contrário: ele se aproveita dos erros mais “ridículos”, como senhas repetidas e fracas, dispositivos desatualizados e ausência de qualquer filtragem de tráfego na rede. São erros de manutenção e configuração que os técnicos responsáveis por essas instalações deveriam saber evitar ou resolver. Fabricantes também deveriam ter alertado os consumidores sobre os riscos quando atualizações foram lançadas. Mas não há, no Brasil, qualquer tradição para esse tipo de contato.
Outro fator preocupante é que muitos dispositivos podem ser antigos demais e já não recebem atualizações dos fabricantes. Como a tecnologia custa caro no Brasil – porque tende a ser totalmente importada -, a renovação tecnológica não é tão rápida quanto em outros países. Equipamentos antigos e impossíveis de serem protegidos podem continuar em uso pela falta de recursos para uma nova troca. Esse cenário deveria pesar ainda mais para uma preocupação com a segurança na hora da compra, mas a oferta de um produto barato, ainda que inseguro, acaba parecendo mais interessante.
Infelizmente, ao contrário do que está começando a acontecer na Europa, as autoridades brasileiras continuam inertes. Nenhum movimento foi realizado para conscientizar os consumidores ou para obrigar – ou, no mínimo, orientar – que fabricantes sejam mais proativos na questão de segurança.
Resta torcer para que não tenhamos um novo “Mirai” que piore esses números até o ano que vem.
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